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domingo, 5 de dezembro de 2010

A prova de balas

Depois de tudo que aconteceu, e de todas as expectativas que tenho pro futuro, hoje resolvi vestir a armadura. Entrei na guerra, vou pagar pra ver. Blindei o coração, daqui ninguém mais sai, e ninguém entra. Ninguém mais machuca, nem por dentro, nem por fora. Pintei um sorriso bem bonito no rosto, pus cílio postiços e passei um esmalte rosa pitanga nas unhas. Fui no armário e escolhi o salto mais alto. Chega de sair de casa de tênis por medo de não achar homem do meu tamanho. Eles que me achem, eu aprendi a me divertir sem.
Hoje resolvi me lançar do penhasco, com venda nos olhos. Vou às cegas, tateando no escuro algo que me divirta. Tomei a consciência que um dia a vida acaba e ai você não vai mais poder fazer tudo isso. E pode ser até que ela demore a findar, mas logo logo será tarde demais para aproveitar essa fase, por que tudo aqui terá passado, os amigos não terão tanto tempo, o dinheiro terá outras prioridades, eu não vou mais aguentar oito horas em cima de um salto agulha. A juventude passa, e eu já tenho dezessete.
Agora vou pro barzinho, compro uma cerveja, divido com a amiga e a gente fica observando as pessoas, jogando conversas fora, lembrando de velhos amores para dar risada, não mais pra chorar. E por mais que as vezes eu em sinta só, eu prefiro que as coisas continuem assim, sem correntes, sem barreiras. Free.
E esse sentimento que toma conta da gente fim do ano, pra mim tem um gosto novo, mais intenso, menos amargo, mais a-c-i-d-a-m-e-n-t-e doce. Ano que vem tudo muda, mesmo, de verdade, não vai ser a cidade, as pessoas nem nada disso. Vai ser eu.
Na hora dos fogos, na ultima noite do ano, eu não vou fazer simpatias, e pela primeira vez em muitos anos, não vou pedir amor, nem se quer vou pedir alguma coisa. Vou olhar pro céu, e recitar o Caio ' Que seja doce... let it be' e eu sei que é o bastante.
Vou fazer uma nova tatuagem, diagramas chineses que representam paz, saúde e felicidade. Alguém precisa de mais? Eu não. E com tudo isso, estou prometendo pra mim mesma que vou deixar as velhas mágoas pra trás. Ninguém mais será alvo do meu ódio, ou do meu desprezo, ou de vinganças infundadas. Não guardo mais rancor. Continuo não impondo minha presença a quem não a quer, mas não vou mais provocar a ira alheia também. Estou zen , mesmo.
E não entenda isso como uma mudança, você bem sabe que eu não acredito em mudanças . Eu apenas vou fazer as coisas do jeito certo pra mim daqui pra frente. Vou me divertir, aproveitar, sorrir mais, deixar ser.
Deixar ser pra sempre.

Pricila Langner Ramos
05/12/2010
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domingo, 28 de novembro de 2010

A bela e o burro

Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.
Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar ao lado dessa pessoa, ouvindo ela respirar quietinha enquanto dorme, linda. E quando você dorme quietinho assim, eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas "quem gostar de mim não serve pra mim".
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto. Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

Tati Bernardi
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sem você

Eu queria te ver só mais uma vez, então te deixaria partir. Queria poder te abraçar por um instante, ser dona do seu sorriso uma vez mais, então você poderia ir sem medo, e a parte de mim que ainda te ama iria também,  por onde você fosse, mas não mais ligada a mim.
Eu iria voltar a viver sem tuas lembranças a me atormentar. Meu destino é longe daqui e eu seguiria para onde pudesse. As músicas não doeriam mais, sonhar com você não seria mais constante. Eu não teria que virar o rosto quando visse uma cena de amor, não procuraria em outros o que só você tem.
Mas não sei se a felicidade viria com isso, não sei se sem amor é sinônimo de sem dor. tenho medo do que minha vida seria sem esse sofrimento. A que eu me agarraria nas noites de tormenta.
É difícil dizer o que poderia ser, o que eu faria sem tudo isso aqui. Pois sinto que toda essa dor é o que ainda me faz levantar todos os dias pela manhã.
E a cicatriz já nem arde mais, embora continue imensa. As vezes, antes de dormir ou enquanto ando pelas avenidas eu mexo nela com o dedo só para ver se continua ali. Continua e dói, e não arde, e me faz lembrar você.

06-11-10

Pricila Langner Ramos
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Chuva

Hoje vai chover, o dia nasceu tão bonito e de repente tudo mudou. Vai chover. E é assim sempre, quando você menos espera, o tempo vira, e começa a chover. O problema é que você não sai de casa sempre com um guarda-chuva então você tem que aprender a se molhar. Existem algumas coisas na vida que você precisa saber, uma delas com certeza é que é preciso se molhar. Você não pode passar todos os dias de chuva em casa, até porque os bares normalmente tem um teto, e na casa dos amigos você encontra tolhas pra se secar. Além do mais, vai dizer que você não gosta do cheiro de terra molhada, e dos pingos de chuva que escorrem pelo seu rosto? Sempre que possível, sai de casa sem um guarda-chuva, é incrível como quando você molha até os ossos, quando se seca, se sente uma pessoa nova.


may continue...


Pricila L. Ramos
15-11-10
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sábado, 18 de setembro de 2010

Anyone but you

Eu procurei em outras bocas o beijo ruim que só você tem, eu fingi que ele era o que eu esperava, sendo que é você, sempre vai ser você. Quando nossa musica toca eu ainda sinto teu abraço apertado, ainda ouço você me chamando de amor. Eu vejo teu sorriso em milhares de rostos, eu espero teu perfume como quem necessita de ar.
Você não vem, nunca mais vira, eu sei. I know! Sei que seu amor nunca foi meu e que tudo era mentira, mas não me apaixonei por seu caráter, eu amei os seus defeitos, o jeito como tentava me fazer sentir unica e por suas promessas falsas. Eu te amei sabendo que você não era digno de amor, eu te amei por te amar, porque naquele momento sua imperfeição era o que eu precisava, o que me completava.
Mas e agora? E esse vazio que você deixou depois de dois anos de espera? Você sempre soube de tudo isso que eu escrevo aqui e mesmo assim deixou que eu me envolvesse, que eu te quisesse. E todas as vezes que disse que viria me ver, e todo os lugares que dizia que iria, eu esperei, eu fui e você nunca estava lá. Então um dia você cumpriu a promessa e foi, mas levou uma garota com você. Minha primeira reação foi raiva, ódio. Sai, beijei milhares em busca do teu gosto. Depois chorei, chorei por você e por mim. No outro dia, veio você me chamando de amor, dizendo que eu estava linda  e eu em odeie por te amar tanto.
Prometi pra mim mesma te esquecer, apaguei nossa foto, as mensagem, deixei de te procurar. Encontrei outros garotos, finjo que gosto deles como gostei de você, mas no fundo eu sei que se você me telefonar, ou apenas pensar em mim eu volto correndo, eu sou tua, sempre fui. Desde aquele janeiro quente que você em prometeu amor eterno sem nem ao menos pegar minha mão. Eu volto, eu vou, basta um pedido, um sorriso.
Meu amor, me escreva uma carta, desenhe corações, me minta só mais uma vez, preciso tanto do teu falso apego nessa hora. Tenho sentido uma carência enorme por tuas mentiras, uma vontade louca dos teus abraços, uma solidão imensa do seu coração vazio.


Pricila Langner Ramos
18/09/2010
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sábado, 28 de agosto de 2010

Fim do (a)gosto

Todo agosto tem cheiro de derrota, um amargo de desanimo, e quando vai assim, chegando ao fim, dói mais ainda. Parece que as festas não são boas o suficiente e que os antigos fantasmas insistem em retornar. O inverno que acaba, faz guardar, juntos com os cobertores todas as angustias, trás aquele prazer involuntário da primavera, ficamos felizes só de imaginar o perfume da flor, o sol queimando a pele, mas enquanto o agosto não termina, tudo parece chegar à nós através de uma cortina de desapego.
Os antigos amores sempre voltam em agosto, os antigos desejos ardem sempre mais forte e nada supera o passado, que nesses dias vira um presente arrebatador. As vezes bate a vontade de se trancar e acordar só quando o feriado nacional passar, só quando a margarida nascer, quando a primeira pitanga cair.
O coração bate apressado, parece que não vai resistir até setembro, mas é assim todo ano, todo agosto tem um gosto amargo, que arde na boca, no peito, na alma.
Dói esperar que tudo passe, me ferem esses dias nublados. Por favor não volte agora, pois sei que seria só porque você também se sente assim em agosto. Também te machuca esse vento com cheiro de orvalho e sal. E sei também que isso tudo passa depois da quarta-feira, então você vai voltar ao normal. Voltaremos. Ai virá o arrependimento e o aperto no peito. Eu deixarei um gosto ruim em sua boa e você vai deixar seu perfume no meu casaco preferido. Não poderei lava-lo e não suportarei usa-lo. Será mais uma coisa que deixarei por sua culpa.
Um cara como você deveria usar um aviso: 'É perigoso, não se aproxime' por que você é demais pra mim, e pra qualquer uma que se atreva a te ter como eu te tive. Em agosto então, você deveria se trancar em casa, não deixar os outros à mercê de seus encantos, seus feitiços, seus olhos que me fascinaram.
Me sinto pequena a seu lado e você nem sabe que me faz sentir assim. Já te disse adeus mil vezes, já cantei canções para que você voltasse, te abracei como você gostava, e você permaneceu frio, mau tocou meus lábios e se foi e seu sei, você só volta daqui um ano, quando o próximo agosto te fizer lembrar de mim.

Pricila Langner Ramos
28/08/2010
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

About

Você tem que aprender a erguer a cabeça, a acreditar de novo, a secar lagrimas, e sorrir de verdade. E você precisa sentir o vento no rosto, e conseguir correr livre. Não se deixe prender, não siga todas as regras. Arrisque. Seja o que você sonhou quando criança, não mate seus sonhos, não livre-se dos pesadelos. Tudo acontece porque você pode superar, tudo te torna mais forte.
Acredite na vidasiga em frentee deixe as decepções no fundo no baú.

Pricila L. Ramos

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Noite fria

Estou aqui sentada novamente, escrevendo sobre uma vida vazia, tentado sorrir com coisas banais, tentando em vão encontrar alguém para amar.Eu sei que devia sair por ai, conhecer novas pessoas, e todo aquele papo de gente positiva, mas não dá. Me falta ânimo.
O doutor disse que eu não tenho cura. Não há cirurgia pra desapego, ou remédio para solidão. Ele disse que nem se quer posso ser diagnosticada como depressiva.
Procurei nos livros palavras para me preencherem, busquei um anuncio nos classificados, algo que oferecesse companhia, abraço apertado, um sorriso, um casaco de pele falsa. Não encontrei.
É ano de vestibular, tentei me afundar nos livros, mas não posso passar minha horas tentando desvendar o que os logaritmos tem à ver comigo.Ou qual a frase substantiva objetiva direta eu vou dizer quando encontrar o próximo buraco.
No trabalho, tem tudo correndo bem, daquele jeito, vou fazendo tudo mecanicamente, devagar, sorrindo que é preciso, matando o tempo quando é preciso. Mas as vezes até ali dá vontade de jogar tudo para o alto, gritar correr, chorar, falar a verdade.
Tenho sentido muito medo, medo até de acordar pela manha e perceber que o tempo ainda não passou. Eu costumo ficar olhando para o relógio, por horas e horas, só pra ver que um minuto já passou, um a menos, graças a Deus.
As pessoas que me veem não percebem nada disso, meu sorriso mais bonito está sempre pintado no rosto, a maquiagem está sempre em dia, o cabelo cuidadosamente fora do lugar. Tudo cuidadosamente pensado para parecer uma vida perfeita. Tudo uma delicada mentira, um ponta bonita de um iceberg gelado e deformado.
Não sei escrever sobre a beleza da vida, talvez até um dia tenha escrevido, ou um dia aprenda a escrever, mas não hoje. Hoje tudo me dói, e dói tanto que não me permite raciocinar, ou pensar sobre outra coisa.
Esse espaço frio é minha válvula de escape. Escrevo, escrevo, disserto, narro, explico, discuto, falo sobre tudo que sinto. Ninguém precisa ler, ouvir ou aceitar nada disso, mas por pra fora é tão necessário.
Não sei como se termina um texto que fala sobre tristeza, parece que sempre falta algo para ser escrito e ao mesmo tempo dá vontade de apagar tudo e volta a fingir felicidade como antes.
O dia que eu souber, termino esse texto...


Pricila Langner Ramos
13/08/2010
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domingo, 18 de julho de 2010

Sala verde

De longe eu observava, como sempre fiz.
Eu sempre via gente sorrindo, mas nenhum tinha brilho no olhar. Eu toquei em roupas de marca, vestidos de princesa, mas nenhum jeans dizia quem eles eram de verdade.
Todas aquelas pessoas dançavam alucinadamente, com bebidas nas mãos e cigarros nos lábios, sem saber que era tão pura a chuva lá fora.
E era pura a chuva, e o vento era gélido e tinha gosto de coisas boas.
E o sorriso lá fora, era verdadeiro, e o brilho iluminava a cidade azul. As pessoas que andavam lá fora vestiam tecidos leves, feitos de suspiros, e tomavam um liquido transparente que desafogava a alma.
E todos era simples, e tranqüilos, e felizes, e amavam. E o amor não machucava, não feria, não fazia sangrar.
Os beijos eram molhados, e aqueciam o espírito, e davam um colorido novo a vida.
E a vida era bela, e sempre foi e se Deus permitir, ela será pra sempre. Sempre há problemas, sempre tem gente  que te empurra pra baixo, mas a vida supera, o tempo supera, a gente supera.

Pricila Langner Ramos
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domingo, 11 de julho de 2010

Aos meu amigos


Não tem como não amá-los, como não pensar na saudade que vai ser sentida, não pensar no vazio que vai ficar.
Não existe palavra para descrever-los, para ao menos tentar dizer o que move toda essa alegria. Eu agora olho para trás e parece tão pouco o tempo que passei ao lado de vocês.
Todas as risadas, os namoros, as brincadeiras fora de hora, o telefone que tocou no meio da prova, a malícia vista numa simples formula de química, o sorriso mais alegre da noite, a risada mais espontânea. As colas coletivas, os trabalhos no 'grande grupo' , os temas não feitos, as discussões. Tudo isso agora tem um gosto de nostalgia.
As vezes eu sento ali na minha classe, e olho para cada um de vocês, rosto por rosto, e me vem uma emoção tão grande de pensar que foi e é com vocês que eu vivo o melhor ano da minha vida.
Nunca tive uma amizade forte com todos vocês, mas levo um pedacinho de cada um comigo. A determinação de uns, a teimosia de outros. A raça, a alegria, a espontaneidade, a sinceridade, a jeito meigo, o amor, o jeito de sorrir, o jeito de calar, o jeito de argumentar. Aprendi tanto com vocês que acredito que sou uma pessoa muito melhor depois que os conheci.
Nesse ano começamos tão unidos, o sentimento 'terceirão' se apossou de nós de uma maneira tão alucinante. Podemos não ser todos melhores amigos, nos defendemos de uma maneira inacreditável. Não é possível nos ofender ou nos depreciar na frente de qualquer um de nós, já saltamos ferozmente bradando que somos melhores, temos nossos defeitos, há sempre exceções, mas estudamos, corremos atrás, fazemos valer nosso status de formando.
Eu sinceramente não tenho vontade de matar aula, estar com vocês me alegra a noite, me faz feliz demais para querer outra coisa.
Sinto que vou chorar tanto quando terei que me despedir de vocês. E meu abraço será tão forte em cada um, e a saudade vai ser tão grande. Mas tenho a certeza que tudo isso só será assim por que nossos momentos foram realmente bons.

O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia. As cores, figuras, motivos, o sol passando sobre os amigos. Histórias, bebidas, sorrisos e afeto em frente ao mar.♪♪

Pra vocês, 302, por todos os momentos de alegrias juntos.

Pricila Langner Ramos
 10/07/10
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sábado, 19 de junho de 2010

Pra sempre

- 'Eu só queria entender. Entender por que o teu sorriso não me faz mais feliz, por que choro toda vez que penso em nós, o maldito por que de tudo que aconteceu. E principalmente o por que da pessoa que eu mais confiei na vida, ter feito a mesma coisa das pessoas que eu mais odiei na mesma maldita vida.
Meu erro foi e sempre vai ser só esperar entender, esperar a explicação, esperar e esperar, sempre por algo que já não faz mais sentido pra ninguém, só pra mim.' - foi o que mandei.
- O que voce entendeu disso tudo? - ele perguntou.
- Até hoje não entendi. - respondi.
- Eu acho que você ta correndo atrás - de novo.
- Acho que até to, mas simplesmente por isso, eu preciso entender. Eu preciso saber por que minha melhor amiga me mentiu, me escondeu coisas, por que ela mudou de uma hora pra outra. Eu preciso saber se ela já foi aquilo que eu achei que ela era, se ela não foi uma mentira sempre. - admiti, com lágrimas nos olhos.
- Ela já disse: ela amadureceu.O  que é muito pouco relevante pra mim. - respondeu calmamente.
- Amadurecer machuca os outros tanto assim?
- Eu acho que os fins não justificam os meios...
- Eu acho que nada foi de verdade, e isso dói tanto.
- Ué,como ela disse, às vezes é preciso se conformar e isso é bom pra voce, principalmente, pra você!
- Pra mim nunca é bom se conformar mas vou fazer isso, só dessa vez.


Conversa verídica, com um amigo verídico, sobre sentimentos verídicos e doloridos, que ferem de verdade e deixam cicatrizes pra sempre. Alias, esse é o único pra sempre em que acredito: as cicatrizes ficam pra sempre.


Pricila Langner Ramos
19/06/10
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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Passa


A medida que os dias passam, as feridas param de sangrar e cicatrizam. O gosto doce da saudade deixa de ser enjoativo e se torna familiar. As lágrimas secam e a alma impulsiona a seguir em frente. 
Mais um dia. Talvez amanheça chovendo, mas tudo bem, a agua será pura e vai lim
 
par o espírito e levar embora o que não faz bem.
Que o dia nasça, mais uma vez, e que a partir de amanhã o sorriso seja sincero de novo.


Pricila Langner Ramos
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sábado, 29 de maio de 2010

Trecho de textos

Eu quero alguém que tenha coragem. E saiba amar coisas simples e mulheres loucas. Quero alguém que acredite em realidade. Que esteja farto de sonhos perfeitos e Romeu e Julieta. Quero alguém que entenda o que é TPM. Que me faça rir. E que minta pouco. Quero alguém que goste de ler. Que me dê presentes fora de época. E que goste de rap.
Quero um amor que me compre biscoitos divertidos, cremes da Lancome e duas alianças. Que tenha uma casa. Com guarda-roupa. TV grande. Banheira de pé. Jardim com laguinho. Gato. Cachorro. E uma cama de casal. ENORME.

(se for cheiroso e beijar gostoso, esqueça tudo)
ps: e se for você, eu me contento com um banho de mangueira (no lugar da banheira) e creme de aveia Davene." 


Fernanda Mello
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Lack some

As luzes se apagam, pouco a pouco o corpo é tomado por aquela sensação de estupor , os olhos se enchem de agua cada vez mais, o sorriso é inútil.
O coração bate descompassado. Rápido demais, lento demais. Incessante demais. Ele bate, se só isso já é dolorido demais. O barulho, o suor, o perfume, tudo é tão alucinante, tão enlouquecedor.
Às vezes, tarde da noite, entre um sonho ruim e um pesadelo, eu penso em tudo que já vivi. Normalmente o pesadelo vem depois disso.
As nuvens negras, que a tanto tempo habitam os céus dos meus sonhos, não trazem chuvas de águas puras. O peso nos ombros é maior do que suporto. As dores de cabeça estão tão constantes, que tenho medo de um dia deixar de acordar.
Tenho me sentido só, e é um só tão doído, tão cheio de mágoa. Ultimamente as pessoas tem gostado de me machucar.
As pedras, os espinhos, os abismos, as faltas que tenho encontrado tem me levado ao extremo da angústia.
Me nego a chora pois nunca gostei do sentimento de pena vindo dos outros. Mas meus olhos tem ficado encharcados com tanta frequência que está sendo muito difícil  manter o auto-controle.
Sinto tanta saudade, e ela forma um buraco tão grande em mim que sinceramente não sei como amenizá-lo. Sinto falta das tardes de calor com o ventilador no rosto e dos cobertores quentes nos dias de frio, falta dos filmes de terror, das pipocas sem sal, do abraço apertado e da palavra amiga. Falta, pura e simples falta.
Me pergunto todo dia, se os erros não foram meus. Não foram, eu sei. Mas não me restam forças, estou tão esgotada que baixei a guarda, despi a máscara, guardei o escudo.
Sou eu, de peito aberto, coração partido, uma vez mais. Estou fraca, frágil, despedaçada. Não tenho muita coisa e com o que tenho, não posso me reconstruir.
Decidi por largar tudo, começar de novo, em outro lugar, com outros ares, outros rostos, novo coração, novas esperanças. Agora falta pouco, quase duzentos e dez dias, e amanhã faltará um a menos.
Um a menos, para mim, já é muita coisa.

Pricila Langner Ramos
26/05/10
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Loneliness

Cada lufada de vento que entra pelos meus pulmões dói como agulhas afiadas pois insistem em me lembrar que a vida é triste, que ela não é justa e que machuca.
Fazia tanto tempo que a solidão não me abalava assim. Me sinto impotente, sem direção. Sinto que roubaram minha vida: as festas, os amigos, o ânimo, o amor.
Tenho tanta vontade de reconstruir, e tenho tanto medo  de não dar certo. De novo.
Ultimamente poupo minhas forças, rio menos, amo menos, sou menos. Não por falar de vontade, por falta de uma razão.

Pricila Langner Ramos
27/05/10
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Sem mais

Via- se de longe, até seu sorriso era triste. Ela que antes era radiante deixou tudo para trás.
Aparentemente tinha tudo, amigos, trabalho, família, felicidade. Mas ela não era completa, nunca se sentiu assim.
Seu batom deixou de ser usado, o piercing ficou na gaveta, o rimel nunca mais foi borrado. Os garotos deixaram de ser beijados, os cadernos foram ficando esquecidos, a música preferida era a mesma  à semanas.
Quem se perguntava o que tinha acontecido  para ela ficar de repente assim, nunca teve resposta.
Nas horas vagas ela ficava deitada na cama, procurando em vão na memória onde foi que se perdeu, aonde ficaram seus sonhos e quando deixou de ser quem era.
Ela não sentia felicidade, amor ou raiva. Era só tristeza, desapego, carência. E nada disso tinha antídoto ou anestesia.
Se a decisão que tomou foi a melhor não se sabe, e nunca irão saber, pois na vida não há espaço para suposições.
Ela só deixou de respirar, pra sempre.

Pricila Langner Ramos
27/05/10
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domingo, 23 de maio de 2010

Irrelevante

Quando estou assim, só, nesses momentos em que minha única companhia é o frio que arrepia minha pela, vejo que ainda sei me virar sozinha, ainda sei sorrir sem motivo. Até gosto de amores, amassos ou carinhos, mas isso não é tão essencial quanto eu achava que era.
Sei os telefones de cor, as músicas que ouço são tão tristes, mas mesmo assim sigo em frente, deixando a poeira e a névoa para trás.
Olho meu rosto no espelho e reconheço todas as marcas, aceito todas as trilhas feitas pelas lágrimas.
Hoje eu ouço meu coração e o deixo falar, chorar, gritar de dor. Não me importo, isso dói, mas a dor também sempre foi minha companheira, ela sempre esteve aqui, sempre.
Percebo que tenho me afastado de muitas pessoas que antes me eram essenciais, hoje não mais. Hoje eu me basto, e só.
O antigo vazio foi preenchido por pedaços de nada, que foram aos poucos foram tomando forma, criando raízes. É isso que agora trago : nada. Tudo que vier de fora é bem vindo, menos antigas decepções. Meus antídotos são fortes, mas os vírus se tornam resistentes.
Sou pedaços partidos, colados e selados. Eles podem voltar a se quebrar mas ai já saberei como remontá-los ou pelo menos sei por onde começar.
Se você quer saber realmente quem sou, olhe o céu. Vê aquela nuvem que se modifica, cai na terra, volta a se transformar, retorna ao céu e encobre o sol, faz a porta tremer com a força de seu som, que brinca com a lua, se desfaz novamente como algodão, mas nunca muda quem é. Vê, aquela sou eu. Mudo constantemente, mas não deixo de ser quem sou, entende?
Mas não queira saber sobre minha vida, pois te direi muita para poderes falar, mas pouco para que entendas de verdade. E se olhares para dentro de si, perceberás também que você só tem o nada, e sabe muito pouco do seu 'eu'.

Pricila Langner Ramos
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Parada


Eu vivo no banheiro da estação molhando a nuca quando está calor. No meio de centenas de esperas que não são minhas mas me esquentam. A moça que vende bilhetes é minha mãe. O cara da catraca meu amor. Sempre muda o cara da catraca. Mas eles se parecem justamente porque sempre mudam e porque são apenas o cara da catraca. Meu pai vende coisas coloridas de brincar e de sujar a língua aqui em frente e as crianças se distraem e sobrevivem. Meus amigos são os do vagão de antes e de depois. Os mais amigos, agora, são sempre os que acabaram de chegar. Tem gente feia, gente bonita, gente assustada, gente com sono, gente no meio de gente. Eu só olho e tento tocar nessas sensações, mas nunca sou exatamente nenhuma delas porque há muitos anos eu não tinha tamanho para ser e assim acostumei.
Eu olho sempre pro relógio gigante que fica bem no centro do meu quarto. E sei que todo dia ele passa, sempre às cinco da tarde. O trem pra sempre. Eu corro junto, ao lado, por um tempo, mas canso já morrendo de rir. E fico feliz que não foi dessa vez. E fico feliz de ter chegado perto. Já senti como é o cheiro de dentro. Já experimentei sentar na janelinha com ele parado. Já me imaginei embaixo, esmagada. Em cima, surfando antes de pegar fogo. Sei todos os ângulos de ir, mas vivo no lugar de quem fica.
Estou na estação há tanto tempo. E sempre tem gente chegando e indo. E sempre tem amor e bala e dinheiro e cama e água e fins de tarde bonitos e brinquedos e catracas com a segurança de uma novidade de sempre. Em alguns momentos fica o equilíbrio terrível de nunca ir. Fica a dor terrível de todo mundo que foi. Fica a ansiedade terrível de todo mundo que tem pra chegar. Agora. Agora. A cada volta de uma piscada eu tenho minha esperança renovada. Mas nenhum desses silêncios chega perto do som que é viver ouvindo o mundo se locomovendo enquanto só tento enxergar de olhos bem abertos sem me mexer. Estar no centro do barulho nunca foi realmente uma solidão. A troca é tão bonita porque sorrio achando todos tão corajosos com seus ternos e pastas e pressas e chegadas e “que mais”. E eles sorriem de volta, me achando corajosa também em ficar. E só olhar. E poder amar esse trecho de vida deles ainda mais do que eles próprios que nem se percebem em trechos.
Eu vivo na estação porque peguei carinho pelas placas e sujeiras e as faxineiras cedinho tirando os estragos do mundo na minha casa de passagem. Acho tão bonita a sensação de estar no único lugar onde se pode estar com todos e esperar por mais um trecho de todos. Sei que não escolho nada, não sigo com ninguém, não conheço outras idades e lugares e gastrites e ventos.
Eu sou uma estação, é isso. Assim não dói além porque eu sei, desde o começo, que sou passagem. Então, vão, mas logo apita de novo. E é sempre movimentado, mesmo quando apagam as luzes e a vida dos outros descansam da minha parada. Existe o movimento que fica atrasado no ar e durmo embalada por tanta coisa que quase parece coragem.
Até que hoje, não sei se porque enjoei dessa casa da infância, não sei se porque às vezes o amor é mesmo mais forte que mil anos de segurança. Eu pisei tremendo na escada e o homem da catraca era tão diferente de todo mundo e, pela primeira vez, as placas e mulheres do caixa e bilhetes e pessoas e brinquedos coloridos e apitos e fins de tarde e moças da limpeza. Ninguém tentou me agarrar porque era como se o mundo dissesse “acho que são cinco da tarde e uma hora você precisa ser mulher”. E eu pedi socorro. Eu não sei sair daqui mas quero ir com você. Eu tenho cinco anos de idade mas quero ir com você. Tudo me dói tanto e eu tenho tanto medo mas tudo bem, vamos lá. Na próxima parada só me lembra que é bom eu fazer xixi e comer alguma coisa porque tô te achando tão bonito que talvez eu esqueça.

Tati Bernardi
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Felicidade momentania

Tenho me sentido legal. Esqueci os problemas, meu novos amigos me fazem rir, alguns não são nem tão novos assim, mas a amizade é nova. Minha música preferida é daquelas dançantes, que não deixam a tristeza invadir.
Os filmes e as series que assisto são tão divertidas. Tenho até contado coisas banais à minha mãe.
A vida está se ajeitando, assim, devargarzinho, como um flor que desabrocha depois de uma noite de tempestade.
Me despi dos medos de outrora, resolvi confiar na vida, no destino, em Deus.
Criei coragem de por a cara á tapa de novo. Parei de machucar os outros por prazer. Deixei de dizer verdades desnecessárias, até pensei antes de falar, esses dias.
Abracei o frio, convidei-o à entrar. Sorri pros pingos de chuva. Olhei no espelho e não briguei com meus cabelos. Deixei de lado o batom rosa grape e tenho passado só um brilho nos lábios. Tenho me permitido até sorrir para estranhos.
O coração até bate forte quando vê uma foto dele, mas eu to tentando aceitar o sentimento, deixar ele me  inundar e quem sabe, percebendo que não tem mais resistência, ele vá embora, sem machucar mais.
Tenho vestido o uniforme do colégio e arrumado os materiais com um certo prazer, tirando os dias em que a matemática insiste em aparecer.
Às vezes, enquanto limpo a casa, ligo o som bem alto e finjo que a vassoura é um microfone, é coisa de criança, eu sei, mas ultimamente eu tenho me permitido ser criança.
Tenho sido feliz, sei que talvez isso não dure, mas estar tendo dias assim me renova a vontade de viver, de batalhar, de sonhar, de acreditar e quem sabe um dia até amar de novo.

Pricila Langner Ramos
26-04-2010
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sábado, 24 de abril de 2010

Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer?
Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma alegria além de ti.
Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara.


( Extraído do livro Caio Fernando Abreu-  Caio 3D, O Essencial da Década de 1980, p.186)
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sábado, 17 de abril de 2010

Um ultimo texto sobre aqueles amigos

Leia e perceba se é você ou não.
Sim, foi com você que eu ri pelas maiores besteiras ou por aquele comentário sem graça, ou por aquela menina ridícula ou por um fato qualquer. Porém, foi com você também que chorei minhas frustrações amorosas e jurei mil vezes esquece-lo. Talvez foi você que, com os dedos quentes, limpou minhas lágrimas e disse que ele não valia a maquiagem borrada.
Será que foi para você que emprestei meus livros preferidos? Foi você que dormiu do meu lado e segurou a minha mão? Foi pra você que contei meus segredos mais sórdidos e meus sonhos mais bobos?
Foi você que eu chamei de melhor amiga e fiz planos para faculdade, morar junto e ter dois cachorros? Você se lembra dos nome? Eu me lembro.
Eu sempre me lembro, fui eu sempre quem se lembrou e fui eu sempre que se decepcionou.
Já enfrentei desconfiança, falsidade, mentira, desleixo, total esquecimento.
As vezes, enquanto choro a noite, eu penso se não mereço algo bom. Um amor tranquilo ou uma melhor amiga eterna.
Já começo a questionar se o problema não sou eu, se eu não sou frágil demais, vulnerável ao extremo.
Mas dessa vez, vou aprender a enxugar minhas próprias lágrimas, à ter as mãos livres e os flancos vazios. Irei aprender a andar só e a me sentir completa com isso. Vou me concentrar em objetivos e correr para alcança-los, manterei minha mente ocupada para que não sofra com a solidão. Serei melhor, pintarei um sorriso no rosto e implantarei um brilho no olhar.
Ao me ver você vai pensar que sou feliz, mas não posso prometer que, naqueles segundos que antecedem a anestesia do sono, eu não banhe meu travesseiro com salgadas lágrimas.

Pricila Langner Ramos
17-04-2010
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mais que cansaço


Essas olheiras fundas são reflexos de noites mal dormidas e livros devorados madrugada à dentro, tudo isso para deixar a mente exausta a ponto de não pensar nos problemas e na tamanha falta de sorte que tenho em tudo. Essas cicatrizes nos braços, são dos momentos em que tente que a dor física superasse a emocional. Essas marcas em minhas mãos foram causadas pelo terço em que dormi agarrada, pedindo à um Deus, em quem aos poucos deixo de acreditar, que me abra caminhos ou que pelo menos, amenize minha dor.


Pricila Langner Ramos
16-04-2010
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Melhores amigos?


Um dia você descobre que amor mesmo, só de pai e mãe.
Amigos? São pessoas em quem você confia, mas a maioria deles não se importa. Aqueles que você mais conta segredos, aperta a mão em horas de dor, são os que menos se importam. Te tratam como se você não precisasse saber. Não se iluda garoto, eles nunca irão ser o que você pensa, eles sempre te decepcionaram, mesmo aqueles que você mais amava. Isso mesmo, amava. Pretérito nem um pouco perfeito. Mas é óbvio que vai doer, é como se mais uma vez tirassem um pedaço de teu coração. Ah meu coração, acho que já nem resta nada dele, de tantos pedaços que já foram tirados.

14-04-2010, orkut só serve para você descobrir o que faz seu coração doer

Pricila Langner Ramos
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mais um texto, só mais um

A vida não é fácil, nunca foi. Mas parece que aos poucos, a medida que os anos passam e você acha que aprende, tudo se torna mais difícil. Você passa a ser mais exigente.Não quer mais amores simples, beijos mornos ou mãos pudicas. As notas nove e meio já não são o bastante. Chegar à meia noite é coisa de Cinderela.
Mas ao seu redor, tudo muda também . Suas escolhas já não afetam somente você, suas responsabilidades podem mudar vidas alheias. Agora você pode chegar as cinco da manhã, mas lembre-se garota que amanhã é segunda-feira e você tem que levantar de acordo com os horários dos outros.
Você pode desejar o que e quem quiser. Mas cuidado menina, seus desejos podem ser perigosos! Eles podem te levar a um mundo obscuro onde sonhos tornam-se pesadelos e príncipes são trolls com sorrisos bonitos.
Seguir caminhos que já foram percorridos já não tem mais graça, mas criar uma trilha nova, por lugares virgens pode ser uma aventura sem volta.
Você chega a um estágio onde ou você vai ser você pra sempre ou resolve mudar pra sempre. E não vai ser pintando o cabelo de verde, usando meia arrastão e delineador pink que você vai mudar quem é. Chega um momento em que você perde algo que quis por muito tempo, só ai você percebe que ser você não basta, é preciso ir além.
É importante, para se auto-afirmar, romper barreiras, partir corações e arrasar em pistas de dança.Você sente necessidade de passar um batom vermelho e olhar pra alguém fixamente, sem desviar o olhar, sem fazer gesto nenhum. Começa a ter vontade de ler um livro novo, escutar 'Garota Nacional' e dançar na frente do espelho sem ninguém olhando. Você vai chorar sem motivo aparente, apagar fotos velhas do orkut e deletar contatos do msn. Isso, tecnicamente, não muda quem você é, mas na essência, faz você perceber que pode mudar, que pode ser alguém melhor.
Ai vem a parte mais difícil, é preciso tomara decisão e isso é uma coisa que só você pode fazer.
E ai, o que você vai decidir?


Pricila Langner Ramos
12-04-2010
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A primeira vez



Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa.
Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado.
Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, depois, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo.
Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, eu por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado.
Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito.
Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo.
Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça.
Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”.
Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com você mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo.
Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso.
Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim.
Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.
Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que não são ela. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você deixou eu te olhar, mesmo você não gostando de mim.
E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.
 Tati Bernardi
Esse texto me emocionou, não sei por quê, mas amei ele.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

...


Sinto falta dos tempo em que a solidão era confortável, que o vazio era esperado. Estou tão cansada de esperar que chova novamente, que as flores respirem e nasçam. Já não me restam mais esperanças, tudo parece tão inútil. Sinto que tudo dá certo para os outros e nada dá certo pra mim.
Às  vezes até penso em fugir, trocar de nome, esquecer essa Pricila e inventar uma pessoa nova, e fazer com que ela seja tudo que eu não fui, da melhor maneira possível.

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Essa falta

Por que sinto essa falta de coisas que nunca tive? Esse vazio que me corrói o peito, tranca minha garganta, me faz verter lágrimas salgadas demais. Como eu posso sentir saudade de situações em que só li, ouvi falar ou até vi, mas não comigo, nunca era eu.
Que dor é essa? Que solidão horrível, nunca havia sentido isso antes! Minhas solidões eram sempre companheiras, eu as tinha com muito prazer. Como pode uma pessoa mudar assim as perspectivas sobre assuntos tão profundos. E como dói, meu Deus, me sinto tão frágil, como se uma leve brisa pudesse me fazer em pedaços, ou pelo menos espalhados, já que já estou tão fragmentada, tão quebrada, moída.
Que sentimento é esse que me destroça, me amarra,me desfaz. Já não sei quem me olha no espelho, não sou eu,  não posso ser!
Quem é essa garota infantil, fraca, idiota, que chora, que desprendeu a rir. Que desgraça é essa? Qual foi meu erro para merecer tal punição?
A felicidade não é algo que devia tocar à todos? Quem foi que tomou meu pedaço? Quem me levou embora?
Estou com aquela sensação que todo mundo ao meu redor tem alguém com quem sonha a noite. Onde estão meus sonhos? Onde está o meu príncipe encantado? Não precisa de cavalo branco nem de coragem, precisa só de amor.
Só precisa de carinho, compreensão. Só precisa ser alguém em quem eu possa me atirar nos braços e apertar forte, que beije minha testa e enxugue minhas lágrimas, alguém que me entenda, que fique calado enquanto eu falo as besteiras que estão me sufocando. Alguém que me abrace forte também, que diga que me ama pra sempre, mesmo que isso seja mentira. Preciso de alguém que minta pra mim! Alguém que finja me entender. Não precisa ser perfeito, basta ser meu.
Não peço que dure anos. Queria só que fosse intenso, que abrandasse essa dor, que curasse essa ferida.
Queria um sorriso torto, uma palavra de carinho, um braço envolta da cintura. Lábios frio e mãos quentes.
Queria alguém, não precisa ter qualidade, se achar melhor ter só defeitos, que seja! Queria só que meus olhos brilhasse e meu sorriso não pudesse ser contido. Queria que me ligasse no meio da noite pra dizer que me ama, que me tirasse da aula para me dar um beijo. Não precisa me apresentar para os amigos, se quiser nada será público, só quero que exista, que seja!
Mas não tenho esperança, você nunca vai chegar.
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domingo, 28 de março de 2010

Te amo, mas não te quero mais

Saber que ao longe vejo você partir me faz sentir que fico cada vez menor
Sentir-me assim me mata aos poucos, uma vez mais.
Sorrir, desse modo forçado, me recorda como fingir, me transforma na mais perfeita atriz.
Meu coração bate ao contrário, alternando entre vagarosas batidas e rápidos e incessantes pulsos.
Mortais companheiros dessa paixão.
Insanamente deixei-me ir. Leve, veloz, desesperadamente incapaz de voltar.
E do alto desse monte em que hoje estou, olho esse vale de solidão em que vivi por tanto tempo.
Sinto pena de mim, desse eu que fui por tanto tempo.
Mas olho mais em frente, para um horizonte de um colorido novo.
Um futuro que começo a desenhar e a trilhar, agora me parece mais palpável, mais verdadeiro.
Não nego que as vezes olho para trás, olho no fundo de teus olhos em meus sonhos.
Mas já não sinto dor, já não te procuro tanto, já não quero mais você. Não te necessito mais.
Mas acredite, ainda te amo, simples assim. Mas isso não significa que se você voltar estarei disposta a recomeçar.
Sim, eu sinto sua falta, falta de suas conversas, de suas risadas, de seus elogios. Sinto falta de você me chamando de amor, mas isso não quer dizer que eu te aceitaria de volta.
Eu aprendi muito no tempo em que vivi por você e você não se importava.
Aprendi a valorizar o que sou e o que me faz sorrir.
Você não me faz sorrir, não mais.
Te amo, mas não quero te ter.
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quarta-feira, 17 de março de 2010

Pra você, meu melhor amigo ♥

Se eu te disser que paro e penso ' E agora,o que vai ser de mim?'
Me explica Kenne, quem vai me fazer rir sempre, mesmo quando to chorando? Quem sem ao menos dizer oi já vai me destratando no msn? Quem vai me atazanar a vida pra fazer edição em foto? Quem vai me fazer baixar um música de uma banda que eu nunca vi na vida, e o pior de tudo, me fazer gostar! Quem? Quem vai me dar aquele abraço apertado, repleto de saudade, de carinho, de amor.?
Me diz Kenny, quem vai ser meu anjo amigo, meu porto (in)seguro, meu conselheiro, meu dicionário ambulante, meu ladrão de bala, meu amigo achado que não toma coca, meu companheiro de loucura, meu aspirante  a fake. quem?
Tanta coisa ficou pra ser dita entre nós, mas o mais importante acho que te disse um milhão de vezes.
Eu te amo, e muito.
E morro de saudade todo dia, saudade das tuas risadas nem um pouco discretas, saudade dos teus cochichos irônicos, das tuas palavras sinceras, da tua personalidade forte.
Saudades suas, meu melhor amigo 
Te desejo toda sorte e todo sucesso do mundo, porque você merece!

'Um dia lindo pra sair de casa e andar sem rumo, esquecer que não é lindo ver o amigo partir sem rumo, não vou saber. Mas vou lembrar que não se morre quando se deixa vivo o seu olhar dentro de nós, mas vou chorar por ser parte daquilo que não entendo, vou chorar  por você '♪
Pricila Langner Ramos

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quarta-feira, 3 de março de 2010

Acabou

O mundo era uma parque de diversões. Ela fazia tudo que queria e até pagava por isso.
Os caras com quem saia eram apenas bonecos, brinquedos, pedaços de papel.
Ninguém a encantava nem ela permitia.
Seu beijo era ardente, viciante. Ela tinha rosto de menina-moça, voz de anjo celeste mas era um dêmonio feminino. Usava todos a seu redor para seu puro prazer.
Até que ele apareceu, calmamente a envolveu com seus ares de bom moço, seu sorriso cativante, palavras doces e sinceras. A garota se envolveu, permitiu-se. Deixou de querer usar e passou a gostar de pertencer a  um só homem. Deixou-se sonhar, almejar um futuro antes tão distante, idiota para seus padrões.
Mas ele não era assim tão puro, ou tão doce quanto parecia e ela não era tão esperta quanto aparentava.
Seu sorriso era malicioso e seu toque era violento, ela, já tão envolvida, não conseguia larga-lo, repreende-lo. Não podia partir.
O tempo passou e ela deixou de ser ela mesma para ser quem ele queria que fosse. Desprezível menina. Seu rosto já não parecia de criança pois trazia dor no olhar, sua voz já não se ouvia. Seus beijos eram forçados, com nojo, repulsa. Sua vida não era mais sua, agora pertencia àquele a quem entregou seu coração.
A notícia foi um choque. Grávida. Outra vida, outro ser pra sofrer nesse mundo insano. Um criança inocente e alheia a tudo que aconteceu aqui, alguém que não merecia viver tudo isso.
Só havia um jeito, e ela o fez, mas não sem ir junto.
Um viaduto, transito movimentado, uma lágrima, um grito e um pulo. Acabou.
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ela o amava

Ela o viu, parado no asfalto, a chuva molhando seu rosto, e mesmo sabendo o porquê dele estar ali, ela foi ao seu encontro.
Ele sorrio, e isso iluminou aquele dia sem sol. Nada que o futuro a reservara era superior ao encanto de seus olhos brilhantes. Nada que dissessem iria fazê-la afastar-se do abraço apertado que só ele tinha.
Ela renegara uma vida em que ele não fizesse parte, então resolveu se entregar.
Ela o amava, e por isso tudo fazia sentido.
Ela correu até ele, molhando seu corpo que já estava ardente pela simples expectativa.
Ao se aproximar, suas mãos se uniram e seus lábios por uma ultima vez se encontraram.
Era como se todo o mundo se resumisse àquele beijo, um doce veneno, um fogo que penetrava as veias. O toque das mãos e dos corpos já aceleravam, eram intensos e urgentes.
O tempo desapareceu. Eram só dois amantes no vácuo do universo.
Ela pôs a mão dele sobre seu coração, para que ele sentisse que era por aquilo que ela esperou a vida toda, ele, num impulso quase humano sussurrou-lhe no ouvido ' Eu te amo, aqui ou no inferno'.
Já não havia o que ser feito, o beijo, o desejo, a memória, tudo ficou pra trás, agora só o que poderiam fazer era concretizar o destino.
Ele segurou a cabeça da amada entre as mãos, olhou fundo em seus olhos, sorrio e viu que ela também sorria, então ambos fecharam os olhos, como se tivessem ensaiado milhões de vezes. Num ultimo suspiro ela fala ' Também te amo, aqui ou onde for'.
Então, com uma leve pressão e um estalo surdo ele partiu-lhe a espinha dorsal, levou sua vida e virou dono de seu coração para toda a eternidade.

22-02-2010
Pricila Langner Ramos
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Dito popular:

Ex-namorado é que nem vestido velho: você vê numa foto antiga e não entende como conseguiu sair com AQUILO!

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Faltam dois meses para um ano que eu provei teu beijo.
Me dói lembrar que só te tenho em pensamento.

15-02-2010

Pricila Langner Ramos
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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Você não estava lá

No meio da multidão, só um rosto eu procurava. Achei que já tinha superado esse desejo, mas não. Você ainda é o que faz meu coração bater mais forte.
Você brinca comigo, me diz coisas lindas, me chama de amor. Mexe comigo como nunca ninguém mexeu. Mas você mente, todo tempo.
Eu te esperei, procurei. Vi você no rosto de outros. Mas você não estava lá.
Perdi o chão, pois mais uma vez te superestimei. Imaginei você.
Criei um personagem que não existe. Te amei, mais um milhão de vezes.
Não sei como pode, um amor assim. Você mente, eu acredito, me apaixono, me decepciono, mas sigo te amando.
Sem toque, sem beijo, só promessas. Promessas infundadas de encontros furtivos.
As vezes até te provoco, pra ver se você reage, se faz homem e vem de uma vez me ter. Mas nem isso. Já até tentei parecer indiferente, mas como fingir não se importar com quem faz arfar meu peito jovem como que tomado por uma doença sem cura?
Já busquei te entender, saber como funciona tua cabeça de moleque, mas nada disso me fez te amar menos ou ao menos disfarçar.
Já prometi milhões de vezes te deixar pra lá, buscar outra pessoa, mas não dá, não sou forte para deixar meu coração pra trás. Sempre achei que era, mas não sou.
Essas malditas lágrimas, esse nó na garganta, esse aperto no coração, isso não sou eu. Eu nunca fui assim.
Pela primeira vez não tenho uma solução. Não sei como agir, não sei o que fazer nem ao menos para amenizar essa dor.
Até a solidão, o silencio, que antes me faziam bem, agora me agonizam, me sufocam.
Preciso de ares novos, gente nova, preciso mudar de cidade, de país, quem sabe até ir para a lua.
Qualquer lugar onde ninguém te conheça e não possa me dar notícias tuas.

14-02-2010 , ressaca de um carnaval idiota

Pricila Langner Ramos
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Escolhas

É tão difícil viver e respirar por algo. As nossas escolhas nos rotulam e nos condenam
Mas também não é possível deixar se levar pela maré, não podemos parar e esperar a vida seguir em frente e nos levar com ela.
é tão complicado saber para onde ir, como é simples seguir o nada sempre.
E quando a batalha é travada entre a razão e o sentimento, não se sabe nunca quem vai ganhar, e no final todos perdem, principalmente o, suposto, dono dos dois.
Não somos seres racionais, somos animais emocionais, que levam em cada sopro de vida algo de bom e de ruim, pedaços do céu e do inferno.
Somos antíteses pulsantes, gritantes, solitárias. Não há no mundo aquele que não se contraria a cada minuto, a cada paixão a cada pedaço de vida.
Somos como as formiga, nos apaixonamos pela folha mais alta, mais distantes de nossa realidade, de nossa possibilidade. Esperamos que um dia ela caia a nossos pés e ai iremos leva-la para casa e trata-la com carinho.
Esperamos.
Acabamos por desistir, buscamos então a mais próxima, para ocupar o lugar daquela que nenhum ventos nos fez o favor de trazer.
Tempos depois, passando por aquela mesma árvore, nos deparamos com aquela tão desejada folha, mas ela já não serve, pois agora já temo outra, uma menos bonita, menos amável, que nunca nos despertou tanto desejo, mas foi ela que tapou o buraco pela falta dessa.
Chegamos novamente ao impasse, entre o amor e a segurança, entre a aventura e o pé no chão.
É possível aprender a amar? É possível gostar pelo convívio, pelo tempo. É possível esquecer o sonho, a utopia, a paixão pelo impossível?
Não. O conformismo até é uma característica humana, mas no ultimo segundo antes de dormir, todo santo dia, você vai lembrar daquela folha, aquela bem lá do alto que chegou tarde de mais, que você não foi buscar, que você amou e não fez de tudo para ter. Você vai lembrar.
E vai se arrepender.

Pricila Langner Ramos
28-01-2010
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Esse vazio inabalável

Sou um pedaço de nada, um sopro de poeira. É assim que me sinto, aqui sozinha, como tantas vezes fiquei.
O vazio em meu peito oscila constantemente. Ora intenso ao ponto de causar uma dor física, ora brando, quase imperceptível. Mas meus olhos me condenam, não consigo mascarar a angústia, a tristeza. Eu até fico bem, enquanto ninguém me pergunta como estou, pois então, vem a sensação de impotência, de melancolia, já não consigo responder 'Sim claro, estou bem' . Perdi a capacidade de mentir para os outros, de mentir para mim mesma.
Já não consigo levantar a cabeça e seguir em frente, meus pés se agarram no chão, me impedem de dar um passo, e depois outro, e voltar a caminhar. Estou presa, submissa a vontade do tempo. Perdi a esperança de dias melhores, não tenho inspiração para respirar. Perdi, em alguma esquina, o prazer pela vida, o amor pelas coisas simples.
Tudo a minha volta me sufoca, me asfixia. Esse sol, esse vento que bate no rosto, essas paredes das mesmas cores faz tanto tempo. Já não tenho mais fome, nem ânimo. faço as coisas mecânicamente, para ocupar o tempo que demora tanto a passar.
Não tenho mais vontade de sair com meus amigos, ou de ficar com garotos. Tudo o que me consome é esse vazio incessante, impassível, que me torna tão incapaz de reagir.
Estou me sentindo terrivelmente só e irremediavelmente destroçada por dentro.

Pricila Langner Ramos
26-1-2010
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mais uma lágrima

Mais uma vez prometo seguir em frente sem olhar pra trás.
Com as mãos vazias, enxugo as lágrimas que caem sem permissão, resvalam por meu rosto desfigurado pela dor e atingem a calçada.
Mais uma vez eu juro não voltar a olhar pra trás, e percorro os caminhos nebulosos da solidão opcional.Não carrego rancor nenhum, não tenho espaço para sentimentos vãos contra aquele que me fez sofrer tanto pois a dor da renuncia, da derrota, toma cada pedaço de minha alma, esta, já tão calejada por essa vida insana.
Com os olhos turvos pelo excesso de sentimento que aflora, olho ao redor para me certificar de não deixar rastros, vestígios que possam dar pistas de meu paradeiro.
Preciso de um momento só, um momento pra por meus pensamentos e angustias em ordem, um tempo para traçar novos objetivos, que me levem a ter forçar para continuar, que me façam seguir em frente mesmo destroçada por dentro. Necessito de uma golfada de ar que me lembre de lutar por uma utopia de felicidade, preciso de uma brecha na rotina que me permita sentir os pés em uma água corrente.
Meu mundo foi destroçado por partículas invisíveis que vieram e se foram com a mesma rapidez. Me fizeram sofrer loucamente, amar insanamente, me entregar sem pensar e chorar mares salgados de lágrimas vitais; não necessariamente nessa ordem.
Me ergo dessas malditas cinzas sem forças e sem destino, sem bagagem ou companheiro. Sou novamente uma andarilha que não para para ouvir mais nada. Busco incessantemente um objetivo, uma faisca, uma fagulha qualquer que me faça permanecer de pé, sem fé, sem amor, sem nada, só que me faça querer respirar. Ando sem rumo por lugares já desbravados, mas olho mais atentamente, em busca de um colorido novo, um canto desconhecido, um lugar invisível a olhos viciados, um paraíso próprio, um lugar para chamar de meu. E que nesse lugar eu encontre o que desejo, o que espero, o que é verdadeiramente meu.


Pricila Langner Ramos
06-01-2010
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