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sábado, 29 de maio de 2010

Trecho de textos

Eu quero alguém que tenha coragem. E saiba amar coisas simples e mulheres loucas. Quero alguém que acredite em realidade. Que esteja farto de sonhos perfeitos e Romeu e Julieta. Quero alguém que entenda o que é TPM. Que me faça rir. E que minta pouco. Quero alguém que goste de ler. Que me dê presentes fora de época. E que goste de rap.
Quero um amor que me compre biscoitos divertidos, cremes da Lancome e duas alianças. Que tenha uma casa. Com guarda-roupa. TV grande. Banheira de pé. Jardim com laguinho. Gato. Cachorro. E uma cama de casal. ENORME.

(se for cheiroso e beijar gostoso, esqueça tudo)
ps: e se for você, eu me contento com um banho de mangueira (no lugar da banheira) e creme de aveia Davene." 


Fernanda Mello
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Lack some

As luzes se apagam, pouco a pouco o corpo é tomado por aquela sensação de estupor , os olhos se enchem de agua cada vez mais, o sorriso é inútil.
O coração bate descompassado. Rápido demais, lento demais. Incessante demais. Ele bate, se só isso já é dolorido demais. O barulho, o suor, o perfume, tudo é tão alucinante, tão enlouquecedor.
Às vezes, tarde da noite, entre um sonho ruim e um pesadelo, eu penso em tudo que já vivi. Normalmente o pesadelo vem depois disso.
As nuvens negras, que a tanto tempo habitam os céus dos meus sonhos, não trazem chuvas de águas puras. O peso nos ombros é maior do que suporto. As dores de cabeça estão tão constantes, que tenho medo de um dia deixar de acordar.
Tenho me sentido só, e é um só tão doído, tão cheio de mágoa. Ultimamente as pessoas tem gostado de me machucar.
As pedras, os espinhos, os abismos, as faltas que tenho encontrado tem me levado ao extremo da angústia.
Me nego a chora pois nunca gostei do sentimento de pena vindo dos outros. Mas meus olhos tem ficado encharcados com tanta frequência que está sendo muito difícil  manter o auto-controle.
Sinto tanta saudade, e ela forma um buraco tão grande em mim que sinceramente não sei como amenizá-lo. Sinto falta das tardes de calor com o ventilador no rosto e dos cobertores quentes nos dias de frio, falta dos filmes de terror, das pipocas sem sal, do abraço apertado e da palavra amiga. Falta, pura e simples falta.
Me pergunto todo dia, se os erros não foram meus. Não foram, eu sei. Mas não me restam forças, estou tão esgotada que baixei a guarda, despi a máscara, guardei o escudo.
Sou eu, de peito aberto, coração partido, uma vez mais. Estou fraca, frágil, despedaçada. Não tenho muita coisa e com o que tenho, não posso me reconstruir.
Decidi por largar tudo, começar de novo, em outro lugar, com outros ares, outros rostos, novo coração, novas esperanças. Agora falta pouco, quase duzentos e dez dias, e amanhã faltará um a menos.
Um a menos, para mim, já é muita coisa.

Pricila Langner Ramos
26/05/10
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Loneliness

Cada lufada de vento que entra pelos meus pulmões dói como agulhas afiadas pois insistem em me lembrar que a vida é triste, que ela não é justa e que machuca.
Fazia tanto tempo que a solidão não me abalava assim. Me sinto impotente, sem direção. Sinto que roubaram minha vida: as festas, os amigos, o ânimo, o amor.
Tenho tanta vontade de reconstruir, e tenho tanto medo  de não dar certo. De novo.
Ultimamente poupo minhas forças, rio menos, amo menos, sou menos. Não por falar de vontade, por falta de uma razão.

Pricila Langner Ramos
27/05/10
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Sem mais

Via- se de longe, até seu sorriso era triste. Ela que antes era radiante deixou tudo para trás.
Aparentemente tinha tudo, amigos, trabalho, família, felicidade. Mas ela não era completa, nunca se sentiu assim.
Seu batom deixou de ser usado, o piercing ficou na gaveta, o rimel nunca mais foi borrado. Os garotos deixaram de ser beijados, os cadernos foram ficando esquecidos, a música preferida era a mesma  à semanas.
Quem se perguntava o que tinha acontecido  para ela ficar de repente assim, nunca teve resposta.
Nas horas vagas ela ficava deitada na cama, procurando em vão na memória onde foi que se perdeu, aonde ficaram seus sonhos e quando deixou de ser quem era.
Ela não sentia felicidade, amor ou raiva. Era só tristeza, desapego, carência. E nada disso tinha antídoto ou anestesia.
Se a decisão que tomou foi a melhor não se sabe, e nunca irão saber, pois na vida não há espaço para suposições.
Ela só deixou de respirar, pra sempre.

Pricila Langner Ramos
27/05/10
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domingo, 23 de maio de 2010

Irrelevante

Quando estou assim, só, nesses momentos em que minha única companhia é o frio que arrepia minha pela, vejo que ainda sei me virar sozinha, ainda sei sorrir sem motivo. Até gosto de amores, amassos ou carinhos, mas isso não é tão essencial quanto eu achava que era.
Sei os telefones de cor, as músicas que ouço são tão tristes, mas mesmo assim sigo em frente, deixando a poeira e a névoa para trás.
Olho meu rosto no espelho e reconheço todas as marcas, aceito todas as trilhas feitas pelas lágrimas.
Hoje eu ouço meu coração e o deixo falar, chorar, gritar de dor. Não me importo, isso dói, mas a dor também sempre foi minha companheira, ela sempre esteve aqui, sempre.
Percebo que tenho me afastado de muitas pessoas que antes me eram essenciais, hoje não mais. Hoje eu me basto, e só.
O antigo vazio foi preenchido por pedaços de nada, que foram aos poucos foram tomando forma, criando raízes. É isso que agora trago : nada. Tudo que vier de fora é bem vindo, menos antigas decepções. Meus antídotos são fortes, mas os vírus se tornam resistentes.
Sou pedaços partidos, colados e selados. Eles podem voltar a se quebrar mas ai já saberei como remontá-los ou pelo menos sei por onde começar.
Se você quer saber realmente quem sou, olhe o céu. Vê aquela nuvem que se modifica, cai na terra, volta a se transformar, retorna ao céu e encobre o sol, faz a porta tremer com a força de seu som, que brinca com a lua, se desfaz novamente como algodão, mas nunca muda quem é. Vê, aquela sou eu. Mudo constantemente, mas não deixo de ser quem sou, entende?
Mas não queira saber sobre minha vida, pois te direi muita para poderes falar, mas pouco para que entendas de verdade. E se olhares para dentro de si, perceberás também que você só tem o nada, e sabe muito pouco do seu 'eu'.

Pricila Langner Ramos
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