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domingo, 28 de novembro de 2010

A bela e o burro

Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.
Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar ao lado dessa pessoa, ouvindo ela respirar quietinha enquanto dorme, linda. E quando você dorme quietinho assim, eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas "quem gostar de mim não serve pra mim".
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto. Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

Tati Bernardi
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sem você

Eu queria te ver só mais uma vez, então te deixaria partir. Queria poder te abraçar por um instante, ser dona do seu sorriso uma vez mais, então você poderia ir sem medo, e a parte de mim que ainda te ama iria também,  por onde você fosse, mas não mais ligada a mim.
Eu iria voltar a viver sem tuas lembranças a me atormentar. Meu destino é longe daqui e eu seguiria para onde pudesse. As músicas não doeriam mais, sonhar com você não seria mais constante. Eu não teria que virar o rosto quando visse uma cena de amor, não procuraria em outros o que só você tem.
Mas não sei se a felicidade viria com isso, não sei se sem amor é sinônimo de sem dor. tenho medo do que minha vida seria sem esse sofrimento. A que eu me agarraria nas noites de tormenta.
É difícil dizer o que poderia ser, o que eu faria sem tudo isso aqui. Pois sinto que toda essa dor é o que ainda me faz levantar todos os dias pela manhã.
E a cicatriz já nem arde mais, embora continue imensa. As vezes, antes de dormir ou enquanto ando pelas avenidas eu mexo nela com o dedo só para ver se continua ali. Continua e dói, e não arde, e me faz lembrar você.

06-11-10

Pricila Langner Ramos
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Chuva

Hoje vai chover, o dia nasceu tão bonito e de repente tudo mudou. Vai chover. E é assim sempre, quando você menos espera, o tempo vira, e começa a chover. O problema é que você não sai de casa sempre com um guarda-chuva então você tem que aprender a se molhar. Existem algumas coisas na vida que você precisa saber, uma delas com certeza é que é preciso se molhar. Você não pode passar todos os dias de chuva em casa, até porque os bares normalmente tem um teto, e na casa dos amigos você encontra tolhas pra se secar. Além do mais, vai dizer que você não gosta do cheiro de terra molhada, e dos pingos de chuva que escorrem pelo seu rosto? Sempre que possível, sai de casa sem um guarda-chuva, é incrível como quando você molha até os ossos, quando se seca, se sente uma pessoa nova.


may continue...


Pricila L. Ramos
15-11-10
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