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sábado, 28 de agosto de 2010

Fim do (a)gosto

Todo agosto tem cheiro de derrota, um amargo de desanimo, e quando vai assim, chegando ao fim, dói mais ainda. Parece que as festas não são boas o suficiente e que os antigos fantasmas insistem em retornar. O inverno que acaba, faz guardar, juntos com os cobertores todas as angustias, trás aquele prazer involuntário da primavera, ficamos felizes só de imaginar o perfume da flor, o sol queimando a pele, mas enquanto o agosto não termina, tudo parece chegar à nós através de uma cortina de desapego.
Os antigos amores sempre voltam em agosto, os antigos desejos ardem sempre mais forte e nada supera o passado, que nesses dias vira um presente arrebatador. As vezes bate a vontade de se trancar e acordar só quando o feriado nacional passar, só quando a margarida nascer, quando a primeira pitanga cair.
O coração bate apressado, parece que não vai resistir até setembro, mas é assim todo ano, todo agosto tem um gosto amargo, que arde na boca, no peito, na alma.
Dói esperar que tudo passe, me ferem esses dias nublados. Por favor não volte agora, pois sei que seria só porque você também se sente assim em agosto. Também te machuca esse vento com cheiro de orvalho e sal. E sei também que isso tudo passa depois da quarta-feira, então você vai voltar ao normal. Voltaremos. Ai virá o arrependimento e o aperto no peito. Eu deixarei um gosto ruim em sua boa e você vai deixar seu perfume no meu casaco preferido. Não poderei lava-lo e não suportarei usa-lo. Será mais uma coisa que deixarei por sua culpa.
Um cara como você deveria usar um aviso: 'É perigoso, não se aproxime' por que você é demais pra mim, e pra qualquer uma que se atreva a te ter como eu te tive. Em agosto então, você deveria se trancar em casa, não deixar os outros à mercê de seus encantos, seus feitiços, seus olhos que me fascinaram.
Me sinto pequena a seu lado e você nem sabe que me faz sentir assim. Já te disse adeus mil vezes, já cantei canções para que você voltasse, te abracei como você gostava, e você permaneceu frio, mau tocou meus lábios e se foi e seu sei, você só volta daqui um ano, quando o próximo agosto te fizer lembrar de mim.

Pricila Langner Ramos
28/08/2010
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

About

Você tem que aprender a erguer a cabeça, a acreditar de novo, a secar lagrimas, e sorrir de verdade. E você precisa sentir o vento no rosto, e conseguir correr livre. Não se deixe prender, não siga todas as regras. Arrisque. Seja o que você sonhou quando criança, não mate seus sonhos, não livre-se dos pesadelos. Tudo acontece porque você pode superar, tudo te torna mais forte.
Acredite na vidasiga em frentee deixe as decepções no fundo no baú.

Pricila L. Ramos

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Noite fria

Estou aqui sentada novamente, escrevendo sobre uma vida vazia, tentado sorrir com coisas banais, tentando em vão encontrar alguém para amar.Eu sei que devia sair por ai, conhecer novas pessoas, e todo aquele papo de gente positiva, mas não dá. Me falta ânimo.
O doutor disse que eu não tenho cura. Não há cirurgia pra desapego, ou remédio para solidão. Ele disse que nem se quer posso ser diagnosticada como depressiva.
Procurei nos livros palavras para me preencherem, busquei um anuncio nos classificados, algo que oferecesse companhia, abraço apertado, um sorriso, um casaco de pele falsa. Não encontrei.
É ano de vestibular, tentei me afundar nos livros, mas não posso passar minha horas tentando desvendar o que os logaritmos tem à ver comigo.Ou qual a frase substantiva objetiva direta eu vou dizer quando encontrar o próximo buraco.
No trabalho, tem tudo correndo bem, daquele jeito, vou fazendo tudo mecanicamente, devagar, sorrindo que é preciso, matando o tempo quando é preciso. Mas as vezes até ali dá vontade de jogar tudo para o alto, gritar correr, chorar, falar a verdade.
Tenho sentido muito medo, medo até de acordar pela manha e perceber que o tempo ainda não passou. Eu costumo ficar olhando para o relógio, por horas e horas, só pra ver que um minuto já passou, um a menos, graças a Deus.
As pessoas que me veem não percebem nada disso, meu sorriso mais bonito está sempre pintado no rosto, a maquiagem está sempre em dia, o cabelo cuidadosamente fora do lugar. Tudo cuidadosamente pensado para parecer uma vida perfeita. Tudo uma delicada mentira, um ponta bonita de um iceberg gelado e deformado.
Não sei escrever sobre a beleza da vida, talvez até um dia tenha escrevido, ou um dia aprenda a escrever, mas não hoje. Hoje tudo me dói, e dói tanto que não me permite raciocinar, ou pensar sobre outra coisa.
Esse espaço frio é minha válvula de escape. Escrevo, escrevo, disserto, narro, explico, discuto, falo sobre tudo que sinto. Ninguém precisa ler, ouvir ou aceitar nada disso, mas por pra fora é tão necessário.
Não sei como se termina um texto que fala sobre tristeza, parece que sempre falta algo para ser escrito e ao mesmo tempo dá vontade de apagar tudo e volta a fingir felicidade como antes.
O dia que eu souber, termino esse texto...


Pricila Langner Ramos
13/08/2010
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