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domingo, 5 de dezembro de 2010

A prova de balas

Depois de tudo que aconteceu, e de todas as expectativas que tenho pro futuro, hoje resolvi vestir a armadura. Entrei na guerra, vou pagar pra ver. Blindei o coração, daqui ninguém mais sai, e ninguém entra. Ninguém mais machuca, nem por dentro, nem por fora. Pintei um sorriso bem bonito no rosto, pus cílio postiços e passei um esmalte rosa pitanga nas unhas. Fui no armário e escolhi o salto mais alto. Chega de sair de casa de tênis por medo de não achar homem do meu tamanho. Eles que me achem, eu aprendi a me divertir sem.
Hoje resolvi me lançar do penhasco, com venda nos olhos. Vou às cegas, tateando no escuro algo que me divirta. Tomei a consciência que um dia a vida acaba e ai você não vai mais poder fazer tudo isso. E pode ser até que ela demore a findar, mas logo logo será tarde demais para aproveitar essa fase, por que tudo aqui terá passado, os amigos não terão tanto tempo, o dinheiro terá outras prioridades, eu não vou mais aguentar oito horas em cima de um salto agulha. A juventude passa, e eu já tenho dezessete.
Agora vou pro barzinho, compro uma cerveja, divido com a amiga e a gente fica observando as pessoas, jogando conversas fora, lembrando de velhos amores para dar risada, não mais pra chorar. E por mais que as vezes eu em sinta só, eu prefiro que as coisas continuem assim, sem correntes, sem barreiras. Free.
E esse sentimento que toma conta da gente fim do ano, pra mim tem um gosto novo, mais intenso, menos amargo, mais a-c-i-d-a-m-e-n-t-e doce. Ano que vem tudo muda, mesmo, de verdade, não vai ser a cidade, as pessoas nem nada disso. Vai ser eu.
Na hora dos fogos, na ultima noite do ano, eu não vou fazer simpatias, e pela primeira vez em muitos anos, não vou pedir amor, nem se quer vou pedir alguma coisa. Vou olhar pro céu, e recitar o Caio ' Que seja doce... let it be' e eu sei que é o bastante.
Vou fazer uma nova tatuagem, diagramas chineses que representam paz, saúde e felicidade. Alguém precisa de mais? Eu não. E com tudo isso, estou prometendo pra mim mesma que vou deixar as velhas mágoas pra trás. Ninguém mais será alvo do meu ódio, ou do meu desprezo, ou de vinganças infundadas. Não guardo mais rancor. Continuo não impondo minha presença a quem não a quer, mas não vou mais provocar a ira alheia também. Estou zen , mesmo.
E não entenda isso como uma mudança, você bem sabe que eu não acredito em mudanças . Eu apenas vou fazer as coisas do jeito certo pra mim daqui pra frente. Vou me divertir, aproveitar, sorrir mais, deixar ser.
Deixar ser pra sempre.

Pricila Langner Ramos
05/12/2010

1 comentários:

  1. Parabens pelo blog!
    Vou te seguir...me segue também? ^_^

    ;*

    http://projetandorascunhos.blogspot.com/

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