Um página apenas para frases, textos, desabafos, mágoas, dúvidas ou simples palavras...♠

domingo, 29 de abril de 2012

Lonelines

Eu não quero um amor, eu não quero virar essas menininhas frágeis que suspiram de segundo em segundo. Eu não me entrego, ou até me entrego, mas não me lembro no dia seguinte.
Eu não sou a mulher certa. Não sei me maquiar, sempre caio de salto alto, sento de perna aberta,  bebo mais que marmanjo barbado, falo palavrão pra caralho, não sinto ciúmes, odeio que paguem minha cerveja, minha unha tá sempre rebocada, minha roupa um pouco amassada e se duvidar nem penteei o cabelo hoje.
Não sou menina, amadureci a tão depressa que tanta coisa ficou pra trás: a fragilidade, a inocência, a fé no amor. Ah, o amor,  tão bela flor, tão mortal. Esses meninos que me olham com dó, com ardor. Não vou pra festinha pensando em quer vai ser a vítima. Eu não tenho vítimas, nem sequer desejo-as. Às vezes um desavisado resolve se aventurar, eu faço juras de amor eterno, olho pra ele como se fosse meu príncipe, mas no fim da noite, vou embora sozinha, peço mais um copo de cerveja, tiro o sapato e vou. Nada pra mim dura mais que um momento. Aquele segundo tão eterno que num piscar de olhos se vai.
Eu sou água corrente, não há barragem intransponível pra mim, porque estou nessa estrada a tanto tempo que caminhante nenhum me alcança. Essa frieza já é tão parte de mim, que nem percebo a diferença da vida antes ou depois.
Minhas histórias nunca foram trágicas, meus amores nunca impossíveis, nenhuma daquelas musicas melosas foi minha trilha sonora, não sei se fiquei assim por vontade ou nasci assim por sina.
Orgulho-me de ser forte, nunca fui de desabafar, eu encontro em mim mesma uma conselheira, me digo palavras duras e doces. Meus diálogos internos são longos e esclarecedores. Não preciso contar pra ninguém o que só eu vivi, como me senti o que o isso causou.
Tem dias que eu acredito que nasci com algo faltando, um eterno vazio sentimental, e esse é o motivo desse desinteresse todo por essas coisas bonitas que toda mulher quer.  Ou, simplesmente, eu nasci com a outra metade que todos procuram, nasci inteira, e não preciso de nada para me completar.

Pricila L. Ramos

0 comentários:

Postar um comentário

© Fragmentos do meu tempo, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena